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No primeiro quadrimestre de 2023, o pagamento de dividendos pagos no Brasil aos acionistas chegou à marca recorde de R$ 61,3 bilhões, o que representa um crescimento de 41% em relação ao volume registrado no mesmo período de 2022. Em abril, isoladamente, o valor dos dividendos foi cerca de 2,5 vezes maior que o registrado em abril do ano passado (de R$ 2,7 bi para R$ 10 bi).
Petrobras e Vale continuam na dianteira. A Petrobras distribuiu R$ 13,9 bilhões de janeiro a abril, seguido pela Vale, com R$ 9,6 bilhões. Do total de dividendos distribuídos no País, as duas empresas representaram 23% e 16% do montante, respectivamente. Ou seja, juntas respondem por quase 40% do pagamento de dividendos.
Os setores que mais pagaram dividendos no primeiro quadrimestre de 2023 foram, pela ordem: Financeiro, Petróleo e Gás e Mineração. A análise foi realizada pela plataforma Meu Dividendo.
Chamou atenção a migração para Juros sobre Capital Próprio (JCP), que evoluiu de 34% no primeiro quadrimestre de 2022 para 48,6% no mesmo período de 2023. “E se avaliarmos apenas o mês de abril, os pagamentos por meio de JCP atingiram 85%, o que é preocupante para os investidores”, afirma Wendell Finotti, CEO e fundador da plataforma.
A preocupação acontece porque JCP são tributados em 15% na fonte. Os dividendos são isentos de imposto para quem recebe. As empresas, por outro lado, utilizam o JCP para abater os valores de sua base de cálculo de Imposto de Renda, o que gera uma economia de 34% no valor de tributos a pagar sobre o montante distribuído. “É uma transferência de tributação das empresas para seus acionistas. As empresas, com essa manobra, melhoram sua lucratividade, mas transferem aos seus acionistas o ônus do imposto”, explica Finotti.
A Meu Dividendo é a única plataforma que permite aos clientes a antecipação de dividendos, homologada e auditada pela B3, além de oferecer, de forma gratuita, a gestão e organização dos dividendos em um único local.