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Fechamento de capital, transferência para Bolsa norte-americana, fusões ou aquisições são causas da redução.
O número de empresas na Bolsa de Valores brasileira (B3) tem caído nos últimos anos. Em alguns casos os controladores ingressam com o processo de fechamento do capital da empresa na Bolsa, conhecida pela sigla OPA (Oferta Pública de Aquisição), outros preferem levar seus negócios para a Bolsa norte-americana – como ocorreu com Nubank e Banco Inter.
No entanto, a grande maioria ocorre por processos de fusões e aquisições. Por outro lado, as saídas estão costumeiras, mas não as entradas, já que não ocorre um novo IPO (abertura de capital de uma empresa) na Bolsa brasileira desde 2021.
Segundo o levantamento da plataforma Meu Dividendo, em 31/12/2021 a B3 registrava 463 empresas listadas na bolsa. Em 31/12/2023, este número caiu para 436, ou seja, 27 menos empresas. A Meu Dividendo avaliou os casos de fusões e aquisições e seu impacto em termos de dividendos para os acionistas das empresas adquiridas. Um dos setores que se destacou nesse tipo de operação foi o setor elétrico, que tem liderado o volume de fusões e aquisições nos últimos anos.
A Auren (AURE3), por exemplo, nasceu da fusão da Cesp com a VTRM Energia, empresa do Grupo Votorantim. Já em 2023, apenas um ano após a sua criação, a empresa figura entre os 10 ativos que mais pagaram proventos por ação no ano, um total de R$ 3 por ação.
Por outro lado, A Equatorial, empresa de distribuição de energia presente em vários estados e um grande número de cidades, era anteriormente denominada Cemar (Companhia Energética do Maranhão). A empresa adquiriu a CEEE-GT e a Celg. O resultado em termos de dividendos, no entanto, não foi favorável aos acionistas das empresas adquiridas.
A CEEE-GT distribuiu, em 2021, R$ 37,85 por ação; em 2022, foram R$ 126,24. A Cemar, nos mesmos períodos, distribuiu R$ 4,62 e R$ 2,03 por ação, respectivamente, enquanto a Equatorial distribuiu apenas R$ 0,35 por ação ao longo de 2023.
Outros dois casos que desagradaram os investidores com foco em dividendos estão no setor de saúde. A SulAmerica, que distribuiu, em 2021, R$ 0,05 por ação e, em 2022, R$ 0,07, foi adquirida pelo Rede D’Or, que em 2023 não distribuiu dividendos, quebrando uma prática construída nos anos anteriores.
A Notre Dame Intermédica teve distribuição em 2021 de R$ 0,28 por ação e em 2022, R$ 1,61 por ação. Ao ser adquirida pelo Grupo Hapvida, em 2023 distribuiu apenas R$ 0,10 por ação.
Smiles, Focus Energia e Iguatemi foram outros exemplos de empresas que distribuíam dividendos e cujas adquirentes não distribuíram proventos durante 2023.
Com as taxas de juros oferecendo ao investidor retorno acima de 1% ao mês sobre o capital investido, muitos preferiram a segurança da renda fixa ao risco da renda variável, o que torna o cenário desinteressante para as empresas que tenham pretensão de abrir seu capital na Bolsa, comenta a Meu Dividendo.
Aguardando uma nova janela de oportunidade, algumas empresas são aventadas como potenciais novos IPOs (Ofertas Públicas Iniciais) na B3, como a Votorantim Cimentos, Nadir Figueiredo e a farmacêutica Cimed.