Migração dos dividendos para JCP

Migração dos dividendos para JCP

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Quem recebeu dividendos no primeiro quadrimestre do ano nadou de braçada. A distribuição de R$ 61,3 bilhões foi recorde e remunerou bem o investidor. No fechamento do primeiro semestre, entretanto, houve movimento de “reversão de motores” com recuo de 9% (registrando R$ 114,9 bilhões) quando comparado a igual período de 2022. As contas são da startup Meu Dividendo (parceira da B3), cujo CEO, Wendell Finotti, alerta o investidor de “tiro curto” para o segundo semestre.

Não é um fator único que leva ao recuo dos pagamentos de dividendos. A performance da Vale (que teve queda no lucro), redução no setor financeiro (Santander e Itaúsa) e a migração da modalidade dividendo para JCP, com o que as empresas economizam em imposto, ao contrário do investidor (isento na primeira mas tributado na segunda), são aspectos importantes para se entender o quadro. Relativamente aos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) cabe destacar que evoluíram de 26% do total dos proventos, para 39%, registrando um aumento de 41% no volume de recursos distribuídos pelas companhias nesse formato, no semestre.

Outra coisa – disse Finotti, em conversa com a coluna – são as taxas de juros no mercado, inibindo a alavancagem das empresas. “Com juros altos, as empresas preferem segurar o que podem no caixa, evitando contrair empréstimos e financiamentos”, observou ele, esperando que a startup vá ter mais operações de antecipação de dividendos (a modalidade remuneratória da empresa, homologada e auditada pela B3). Meu Dividendo faz as antecipações e também consolida informações para o investidor que opera com mais de uma conta no mercado, na mesma ou em diferentes corretoras.

Em razão da continuidade do patamar da Selic, e das expectativas da economia mundial, Wendell vê o segundo semestre com cautela e sugere ao investidor de curto prazo as ações defensivas para o qual cita o acrônimo EGGSS: elétricas, gás&óleo, bancos, saneamento e seguros. Já na outra ponta vê risco de oscilações para os papéis de varejo e de commodities.     

DENÚNCIA

A BSM, principal autorreguladora do mercado de capitais brasileiro (constituída como associação civil, pessoa jurídica de direito privado, para realizar a supervisão e fiscalização dos mercados organizados administrados pela B3), lança guia com dicas e orientações para que investidores, profissionais e participantes de mercado possam elaborar e enviar informações que ajudem na apuração de denúncias relacionadas a indícios de irregularidades no mercado de capitais. O guia completo está disponível no site da BSM (https://www.bsmsupervisao.com.br/assets/file/guia-de-denuncias-bsm-2023.pdf).

O canal de denúncias da BSM é voltado a situações potencialmente irregulares, envolvendo profissionais, investidores e/ou instituições financeiras habilitadas a operar no mercado. Podem ser denunciadas irregularidades como prática de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (insider trading), gestão irregular de carteira de investimentos, negociações excessivas com o objetivo de auferir taxas de corretagem (churning), operações atípicas e movimentações financeiras que podem indicar lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades.

ENCONTRO RI

Lembrando que o 24º Encontro Internacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais acontecerá nesta segunda, 26, e terça-feira, 27, em São Paulo.

O maior evento latinoamericano de R.I.  (https://encontroderi.com.br/) tem apoio de mídia do Portal Acionista.

AMAZÔNIA

A cidade de Belém (PA) sediará a Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 de agosto próximo, enfatizando a posição do Brasil na pauta internacional sobre desenvolvimento e sustentabilidade.    

A Cúpula da Amazônia reunirá chefes de Estado dos oito integrantes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA): Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Lembrando ainda que o Brasil abrigará a Cúpula do G20, no ano que vem, e a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), em 2025, na capital do Pará.

DEBÊNTURES AZUIS

O Conselho Diretor aprovou, no último dia 23, e a Aegea vai emitir dois lotes de “debêntures azuis e sustentáveis”, como definiu a própria companhia. Na prática serão debêntures simples, não conversíveis em ações, destinadas à Águas do Rio (EPE), empresa criada e controlada pela Aegea para operar os blocos de privatização que arrematou junto à Cedae em 2021.

Os papéis totalizarão R$ 5,5 BI, assim distribuídos: R$ 3,49 bilhões, com prazo de vencimento de dez anos e seis meses para as debêntures da primeira série, e de 18 dezoito anos e seis meses para as debêntures da segunda série (“Debêntures Longo Prazo” e “RCA”), como parte da estratégia de financiamento da outorga para exploração das concessões dos Blocos 1 e 4 (zonas sul, norte e centro da capital e 26 municípios do estado do Rio de Janeiro). A segunda emissão será de R$ 2,05 BI.

GÁS SUJO

Apostando em uma injeção de ânimo para a sua combalida economia – com inflação de 109%, anualizada, em maio último e que projeta, até o fim de 2023, índice anual entre 126% e 150% –, a Argentina iniciou a operação do gasoduto Néstor Kirchner. O primeiro trecho levará o combustível fóssil de Vaca Muerta a Buenos Aires, visando reduzir a dependência do gás boliviano.

Há projeto (ainda sem aprovação) de um novo ramal chegar até o Brasil, com o que los hermanos contariam com apoio (leia-se aporte) do BNDES, na casa dos US$ 690 milhões. Segundo a agência epbr, não custa lembrar que esse combustível fóssil é um “gás sujo”, do ponto de vista da sustentabilidade. Sua produção é feita por meio do fracking, técnica de exploração já proibida em vários países.

COMPLIANCE

“Risco Empresarial e Gestão de Crise: Uma Análise sob a Perspectiva de Compliance” é o nome do painel que será discutido neste dia 28 próximo, em São Paulo, pelo Instituto Brasileiro de Direito Empresarial (Ibrademp).

Participarão, entre outros, Everson Bassinello (VP de Compliance e Riscos da Braskem), Gesner de Oliveira (GO Associados) e Shin Jae Kim (TozziniFreire Advogados).

COMEMORAÇÃO
No dia 20 último o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) completou 71 anos. Nascido BNDE (daí porque ainda pode-se ouvir esta velha sigla na boca de alguns agentes mais experientes do mercado), em 1952, só ganhou o “S” 30 anos depois.

LIVROS

Adriana Maugeri, CEO da Associação Mineira da Indústria Florestal, está “explodindo de alegria” com a parceria entre a AMIF, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e o Metrô de Belo Horizonte que nesta semana realizam o projeto “Circule um Livro”.

Entre os dias 26 e 30 qualquer pessoa poderá pegar, ou doar, livros nas estações Central, Eldorado, Lagoinha, São Gabriel e Vilarinho. “É uma enorme satisfação ver este lindo projeto chegando em BH. Vamos estimular o hábito da leitura, a economia circular e ainda prestar informações sobre a origem sustentável do papel utilizado nos livros”, disse ela à coluna, que estará acompanhada no lançamento por Guilherme Bastos Martins, Paulo Hartung e Cláudio Andrade.

ACIONISTA

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