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A Petrobras foi a companhia que apresentou o melhor dividend yield, índice que mostra quanto está distribuindo de dividendos em relação ao preço das suas ações, no primeiro trimestre deste ano. É o que mostra levantamento realizado pela Meu Dividendo, plataforma que permite aos clientes a antecipação de dividendos, com exclusividade para o Monitor Mercantil.
A gigante do petróleo apresentou dividend yield de 64,59%, percentual totalmente fora da curva se comparado com as demais empresas. Para se ter uma ideia, a segunda colocada do levantamento foi a Taesa, que contabilizou índice de 17,73%.
“O desempenho da Petrobras é reflexo da política do governo anterior, que previa muita distribuição de dividendos e baixo investimento em tecnologia e inovação. Com essa nova política de investimento em que o atual presidente fala em retomar protagonismo em algumas áreas ligadas ao petróleo, esses dividendos tendem a diminuir dependendo do volume que será destina aos investimentos”, destaca Wendell Finotti, CEO e fundador da plataforma Meu Dividendo, ao afirmar que a análise é realizada em cima de discursos.
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A Vale, por sua vez, chama atenção pela redução no valor pago de dividendos. A companhia que teve redução no lucro de 21% no primeiro trimestre deste ano, apresentou dividendo 75% menor no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros três meses de 2022, a Vale distribuiu R$ 16,8 bilhões de dividendos e entre janeiro e março deste ano, foram R$ 9,6 bilhões.
“É importante analisar histórico de dividendos pagos pela empresa. No caso da Vale, apesar de ter pago dividendos menores no último trimestre, ela tem histórico de elevado pagamento de dividendos, por isso, é fundamental analisar o conjunto para saber se é algo pontual”, comenta Finotti. Ele afirma que a partir de 6% de dividend yield é um bom dividendo, e a Vale, conforme o levantamento, alcançou 8,72%.
Considerando os setores, o financeiro foi o que mais distribuiu dividendos no primeiro trimestre, somando 33,4% do total de dividendos pagos e deve seguir com protagonismo. Vale destacar que 80% dos dividendos distribuídos nos primeiros três meses deste ano foram em apenas 3 setores: petróleo e gás, financeiro e mineração.
“Temos grandes empresas, bastante sólidas e geradoras de lucro, mas tem setores que são mais suscetíveis à taxa maior de juros, por exemplo, varejo, que tem demanda reprimida quando tem elevação de taxa de juros. E muitas empresas estão se reestruturando para estancar a sangria ou voltar a crescer”, alerta, ao lembrar que a construção civil também segue em momento delicado, com o aumento da taxa de juros imobiliários, mesmo com a manutenção da Selic, a taxa básica de juros.
“Apesar do cenário econômico, a Bolsa não sai da casa dos 100 mil pontos desde o fim do ano passado e é uma oportunidade grande para quem quer investir. O momento de investir é esse antes da recuperação econômica”, finaliza.